Demorei dois dias, mas vim escrever o desfecho de nosso primeiro encontro. Esses dias foram corridos no trabalho e minha filha ficou doente. Não muito doente, só um resfriado, mas tomou boa parte do meu tempo.
Eu contei que nos encontramos no restaurante e que conversamos por muito tempo. Quando terminamos de comer, ele disse que gostaria de dar uma volta. Apenas caminhar. Estávamos em Copacabana. Eu perguntei se ele já tinha andado pela orla da praia antes. Ele disse que só havia passado por ela de táxi. Resolvi leva-lo para essa caminhada.
A praia não estava nem muito cheia, nem muito vazia. Era domingo, por volta das 15:00, então estava agradável. Começamos a andar em silêncio, absorvendo a paisagem. E, de repente, ele fez algo que me surpreendeu. Ele segurou a minha mão. Eu sei que é um gesto simples, mas meu coração, naquela hora, pulou. Olhei para ele e ele me olhava sem jeito, sem saber se eu aprovaria o gesto. Ao invés de dizer alguma coisa, fechei meus dedos sobre sua mão, como que dizendo que eu aprovava e gostava. E andamos em silêncio de mãos dadas. Eu me perguntava se ele podia sentir meu coração batendo forte só de segurar minha mão. Claro que não, mas ele batia tão forte que eu cheguei a pensar nisso.
Conversamos sobre a praia, sobre as pessoas. Comprei uma água de coco e ele disse que nunca havia bebido isso antes. Rimos e conversamos bastante. Ele me perguntou se eu gostaria de andar na areia. Tiramos nossos sapatos e fomos caminhar perto do mar, deixando as ondas tocarem de leve os nossos pés.
Depois de caminharmos por um tempo, nos sentamos na areia. O sol já estava começando a se pôr. Sim, ficamos muito tempo conversando e andando. O lugar onde estávamos na praia tinha algumas pessoas, mas não muitas. Algumas jogavam vôlei perto, outras apenas caminhavam. O sol foi se pondo e era muito bonito. Eu olhava para o horizonte, me sentindo muito bem. De repente senti ele tocar, de leve, meu cabelo. Olhei para ele e a expressão em seu rosto já dizia tudo. Não sei explicar. Eu sabia o que ia acontecer naquele momento. E então nos beijamos. Um beijo que começou suave e que depois ficou mais intenso. Um dos melhores beijos que já tive. Sim, ele beija MUITO bem. Não sei quanto tempo ficamos nos beijando, mas quando nos separamos, o sol já havia terminado de se pôr.
Sorrimos um para o outro e nos beijamos de novo, sem uma palavra. Mais tarde, eu me despedia dele diante do ponto de táxi. Ele fez questão de me dar dinheiro para a corrida, apesar de eu dizer que não precisava. Nos despedimos com mais um beijo e promessas de nos encontrarmos de novo. O caminho todo de volta pareceu como um sonho. Acho que eu estava flutuando quando voltei para casa.
Nunca imaginei que fosse viver algo assim com alguém que conheci na internet. Não sei como será nosso futuro, mas sei que não tenho medo. Minha esperança está renovada e sei que não teria conseguido se não tivesse me arriscado nesse mundo novo de encontros online. Vamos ver o que o futuro nos reserva.
“Tua caminhada ainda não terminou
A realidade te acolhe
dizendo que pela frente
o horizonte da vida necessita
de tuas palavras
e do teu silêncio.
(...)
Não faças do amanhã
o sinônimo de nunca,
nem o ontem te seja o mesmo
que nunca mais.
Teus passos ficaram.
Olhes para trás...
mas vá em frente
pois há muitos que precisam
que chegues para poderem seguir-te.” (Charles Chaplin)